terça-feira, 21 de setembro de 2010

LIVRO - FESTA INFINITA



LIVRO - FESTA INFINITA

O ENTORPECENTE MUNDO DA RAVES



Após um longo período mergulhado no universo “raver”, o jornalista Tomás Chiaverini lançou através da editora Ediouro, o livro “Festa Infinita – o entorpecente mundo da raves”.



O autor, que nunca tinha participado de uma rave antes, viajou, passou mais de 30 horas dentro de um ônibus, com cerca de 40 ravers para ir ao festival Trancendence, acampou por 10 dias no Universo Paralello - um dos maiores festivais do país - e até mesmo experimentou um ecstasy para compreender o efeito da droga associado a música eletrônica, tão apreciado por inúmeros jovens.

Este é os segundo livro de Tomás, o primeiro chama-se "Cama de Cimento - uma reportagem sobre o povo das ruas", lançado em 2007 pela mesma editora.

No próximo dia 10 de abril, Tomás realizará uma noite de autógrafos de “Festa Infinita", durante a festa Respect, em São Paulo. O livro já está disponível em algumas livrarias e custa aproximadamente R$49,90.


Você possui alguma relação pessoal com a música eletrônica? Como surgiu a idéia de escrever um livro sobre este tema?

Tomás: Eu nunca havia ido a uma rave antes de começar a escrever o Festa Infinita, e não sou um grande fã de música eletrônica. Esse fato tem gerado diversas críticas em fóruns de discussão sobre o livro, mas, como jornalista, acho que o fato de eu não ser um “insider” deste universo, só tem a colaborar para tornar a narrativa mais livre e imparcial. A idéia de escrever o livro pulou no meu colo, por acaso. Eu tinha acabado de escrever meu primeiro livro (Cama de Cimento – Uma reportagem sobre o povo das ruas) e estava de férias em Boipeba, na Bahia. Ali acabei conhecendo um pessoal que estava indo para o Universo Paralello, nós ficamos amigos e passamos horas conversando sobre o universo raver. Quando voltei a São Paulo, no começo do ano passado, já comecei a apuração para o livro.
Você acredita que o tempo gasto pesquisando, indo a dois festivais, foi suficiente? Gostaria de ter tido mais tempo?
Tomás: Meu editor tem uma frase que responde bem a esta pergunta: “um autor nunca acaba um livro, ele apenas o abandona”. Comigo foi um pouco assim, quer dizer, eu podia ficar pra sempre mudando alguma coisa, buscando novas informações. Mas acho que um ano e alguns meses foi, sim, tempo suficiente e estou bem satisfeito com o resultado final.
Como assimilar tão rápido uma história que possui mais de 20 anos, tendo em vista a forte comercialização da cena eletrônica no Brasil? Como acompanhar esta “evolução” do underground ao mainstream?
Tomás: Bom, o primeiro passo foi ler tudo o que foi escrito sobre o assunto, há alguns livros gringos que contam sobre essa origem de forma satisfatória. Depois foi ir a campo e entrevistar o pessoal que estava presente desde o começo do movimento. E há algumas pessoas que percorreram esse caminho do “underground” para o “mainstream”. O Rica Amaral, que é um dos personagens centrais do livro, é uma pessoa que exemplifica bem essas mudanças.
Atualmente existem festas declaradamente comerciais (lucro), festas conceituais (que envolvem cultura) e os grandes festivais psicodélicos. No livro, existe alguma distinção entre rave, cultura eletrônica e cultura psicodélica?
Tomás: Claro que sim. O livro é um grande panorama do universo raver, e ao meu ver, as festas bebem nessas fontes que você citou. Elas são parte da cultura da música eletrônica e tiveram forte influência dos movimentos contraculturais, que tiveram início nos anos 1960/1970, aos quais você se refere como cultura psicodélica. Então, no livro, o leitor vai encontrar um pouco da história da música eletrônica, um pouco sobre o movimento hippie e afins, e algumas reflexões de como isso chegou aos dias de hoje e às raves em particular
Eventos institucionais de música eletrônica ao ar livre, como o Skol Beats por exemplo, entraram para o livro?
Tomás: Não. Eu chego a mencionar esses eventos em alguns momentos, mas eles são algo completamente diferente de uma rave, então estão relegados a um segundo plano no texto. 
Agora com o livro pronto, você pretende continuar frequentando raves? Que tipo de rave?
Tomás: Profissionalmente eu sei que vou acabar frequentando algumas. Já está marcada uma noite de autógrafos na Respect, no próximo dia 10. E eu não afasto a hipótese de ir à festas por diversão também. O Universo Paralello é um festival que eu gostaria de voltar a participar, só de curtição, com amigos, e sem me preocupar em anotar nada.

por Paulo Henrique Schneider
26/3/2009


http://www.baladaplanet.com.br/vermateria.asp?id=1633

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