29/1/2010 17:50:00
Chill-Art: Review do Universo Paralello #10 por Luciano Sallun
Luciano Sallun
Chill-Art: Review do Universo Paralello #10 por Luciano Sallun
Luciano Sallun
Para quem não sabe de sua história, o festival começou de forma independente em Alto Paraíso, Goiás, durante os três anos primeiros, já sendo referência em seu terceiro ano para o ainda pequeno público e início da cena eletrônica no Brasil. Porém, foi somente em sua quarta edição, já na consagrada praia de Pratigi, Bahia, que o festival tomou novos rumos, dando maior abertura para arte e cultura e tendo o abençoado sol, já que em Goiás havia inúmeros problemas causados pela chuva na região.
Em suma, aqui falaremos mais sobre Arte e Cultura, Chill Out e Palco Paralello, onde acredito que é hoje em dia a base do diferencial do festival para os restantes nacionais. Ainda com uma visão psicodélica e cultura alternativa de vanguarda, já que foi percebido que a cultura eletrônica convencional já não tem mais nada de alternativo ou diferente.
ARTE E CULTURA
Com a nobre proposta de estimular arte e cultura para o público jovem, o festival abriu espaço para inúmeras atividades, dentre oficinas, palestras, vivencias, intervenções e apresentações artísticas em geral.
Espaços que aumentaram e deram mais abertura à arte e cultura que são ainda muito restritas nos festivais. O Circulou deixou de ser apenas um espaço pequeno e virou o Circulou Village, com espaços mais adequados e um complexo de uma pequena vila conduzida por artistas do circo e performances.
A Galeria Paralella também teve um espaço maior e mais adequado para suas atividades e exposições, dando maior visibilidade e atmosfera para apreciação das obras. Vimos também a inédita Zona Espetacular, com teatro, circo, dança, entre jams sessions improvisadas e outras apresentações ao acaso e de modo espontâneo. Todas essas aberturas são muito positivas e acreditamos que são fundamentais para um festival crescer e mostrar que nem tudo é um DJ “bombando”. Mas ainda há muito que evoluir para o aumento de artistas profissionais e de maior experiência, bem como maiores condições para os atuantes presentes.
CHILL OUT E PALCO PARALELLO
Depois de dois anos consecutivos com chill out’s inacreditáveis, com decoração, clima, magia e muito mais, este ano quem chegou ao festival a primeira coisa que se deparou foi na falta de magia e ausência de “alma” no chill out, que sempre será a sustentação de conceito: musicoterapia e musicalidade refinada de um bom festival.
Felizmente, o público que vai para o Universo Paralello já tem experiência ou informação, que seja sensível ou intelectual embasada para perceber e sentir isso cada vez mais. Isso nos deixa orgulhosos e com sorrisos a pensar sobre muitos produtores que um dia não acreditaram que isso seria possível.
E isso acaba sendo o próprio respeito ao Festival Universo Paralello, pois sabemos que eles não fizeram parte dessa ala de produtores que acreditam nas futilezas (sic) dessa cena de múltiplas caras. Sempre buscaram nos ouvir, sejam artistas ou público, onde procuram corrigir erros e entender isso de forma abrangente. Como no UP #6, que foi a única edição que não tinha chill out e foi realmente um lamento para todos os presentes aquele ano, como a própria água nessa última edição.
Tivemos ótimos momentos como Buguinha Dub pela primeira vez no festival, fazendo um autêntico live dub, algo pouco visto nas pistas, e ainda o live do Soneca, com seu projeto Trotter fazendo funk eletrônico, chamado de nujazz. Ainda as bandas Liquidus Ambiento e Pedra Branca, que deixaram o chill out lotado em pleno sol do meio dia, fazendo um novo concerto com formação completa e músicas novas. Podemos ainda destacar o Baque in Beat, o DJs Rica Amaral que fez todos levantarem a poeira com muita musica cigana. Mas a grande perda foi o cancelamento de última hora do mestre do dub, o Mad Professor.
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